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VIDA



A vida tem caminhos
Não reconhecíveis no percurso
Doloridos
Inesperados, inexplicáveis e implacáveis

Como em uma montanha russa
Sentimos o frio da barriga
Prazeroso e aterrorizador
Por vezes, sentimos medo
Mas arriscamos essa aventura

Altos e baixos
Lento e rápido
Sensação de quase morte
Vento
Sopro de vida

Choramos até pegar no sono
Ou saltamos de alegria
Nos lançamos na experiência
No enlace
Laço que, às vezes, sufoca
Desabrocha
Liberta

Ah, vida
Para sermos humanos
Desejamos tanto
Caímos e despedaçamos
E renascemos
Mais fortes e mais preparados para os seus desafios

Sem a dor não existimos
Sem o prazer e o desejo também não
Sem a expectativa desaparecemos
Precisamos desse ideal
Ainda que ele se quebre no real

E nesse jogo de contradição
No que se assemelha à perigosa e desafiadora montanha russa
Vivemos a vida

Dor e prazer
Amor e ódio
se engendram para fazer mover

E assim
Vivemos a vida.

(Débora Andrade)

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